18 de out. de 2011

Deficiência de vitamina D pode antecipar idade da menarca, segundo pesquisa publicada pelo The American Journal of Clinical Nutrition

Deficiência de vitamina D pode antecipar idade da menarca, segundo pesquisa publicada pelo The American Journal of Clinical Nutrition

Pesquisa publicada pelo The American Journal of Clinical Nutrition mostra que a menarca precoce, um fator de risco para a doença cardiometabólica e o câncer, pode ser influenciada pela deficiência de vitamina D no organismo.
A latitude, que influencia a exposição ao sol, é inversamente proporcional à idade da menarca. Esta associação pode estar relacionada à vitamina D.
A associação entre vitamina D e a ocorrência da menarca foi avaliada em um estudo prospectivo em meninas de Bogotá, na Colômbia. Dosagens da concentração de 25-hidroxivitamina D [25 (OH) D] em uma amostra aleatória de 242 meninas (idade média de 8,8 anos ± 1,6 anos) foram realizadas e foi feito um acompanhamento por uma média de 30 meses. As participantes foram questionadas periodicamente sobre a ocorrência e data da menarca. A referência para as dosagens de 25 (OH) D foram classificadas como <50 nmol / L (deficiente), ≥ 50 e <75 nmol / L ou ≥ 75 nmol / L (suficiente). A incidência da menarca foi comparada entre os grupos.
Os resultados mostraram um total de 57% das meninas no grupo com deficiência de vitamina D atingindo a menarca durante o seguimento, em comparação com 23% das meninas com vitamina D classificada como suficiente. Após ajustes para idade e índice de massa corporal (IMC), a probabilidade de ocorrência da menarca foi duas vezes maior nas meninas com deficiência de vitamina D do que em meninas com vitamina D suficiente.
Concluiu-se que a deficiência de vitamina D está associada à idade mais precoce de ocorrência da menarca.

5 de out. de 2011

Decisão Sobre Emagrecedores

 

A diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu, nesta terça-feira, em Brasília, pela retirada do mercado brasileiro dos medicamentos anorexígenos (anfepramona, femproporex e manzidol). A sibutramina, por sua vez, será mantida, mas deverá ser vendida com maior rigor em sua prescrição. Ainda, segundo a agência, haverá prazo para que as substâncias saiam do mercado.
De acordo com o Dr. Ricardo Meirelles, presidente da Comissão de Comunicação Social da SBEM,a Sociedade é contra a retirada de qualquer um destas medicamentos neste momento. "Existem, atualmente, poucas alternativas de tratamento da obesidade, que é uma doença grave que necessceita de avaliação caso a caso. Dessa forma, retirar recursos terapêuticos apenas prejudica o tratamento de pacientes que precisam perder peso", afirmou.
Em relação ao aumento do controle da sibutramina, o endocrinologista acredita que também pode ser prejudicial no tratamento da obesidade. "A informação que tive é que a complexidade será grande e que tanto o paciente, quanto o médico, deveriam assinar um termo de consentimento, o que não faz o menor sentido. É importante, sim, que os especialistas que prescrevem o medicamento saibam respeitar todas as contraindicações", disse.
Para o Dr. Ricardo, a manutenção da sibutramina é fruto de um trabalho de esclarecimento e informação sobre os reais beneficios e riscos dos medicamentos.
Para a presidente da Abeso, Dra. Rosana Radominski, "a retirada de três dos quatro medicamentos de ação central, e maior restrição do uso da sibutramina deixarão um grande número de obesos sem opção terapêutica". A endocrinologista, que está no Congresso Americano de Obesidade, comentou pela internet a decisão: "Os pacientes com menor poder aquisitivo serão os mais prejudicados, porque não poderão obter o único medicamento que não têm ação central (orlistate) tendo em vista seu alto custo. O Conselho Federal de Medicina em conjunto com o Ministério Público entrarão com uma liminar para suspender a decisão tomada pela ANVISA".

Fonte: http://www.sbem.org.br/

2 de out. de 2011

Maçã, pera, banana ou couve-flor ajudam a prevenir o acidente vascular cerebral (AVC), segundo pesquisa publicada pelo Stroke

 
 
Maçã, pera, banana ou couve-flor ajudam a prevenir o acidente vascular cerebral (AVC), segundo pesquisa publicada pelo Stroke
A cor da parte comestível de frutas e vegetais reflete a presença de compostos bioativos como, por exemplo, carotenoides, antocianinas, flavonoides, etc. Mas ainda não se conhece quais os grupos de frutas ou vegetais que mais colaboram para a prevenção do acidente vascular cerebral1. O presente estudo avaliou a associação entre o consumo dos diferentes grupos de frutas e vegetais, separados por cor da parte comestível, durante dez anos, e verificou a incidência2 de acidente vascular cerebral1 (AVC).
O estudo prospectivo, de coorte3, publicado no periódico Stroke, incluiu 20.069 homens e mulheres, entre 20 e 65 anos, livres de doenças cardiovasculares4 no início da pesquisa. Os participantes preencheram questionário detalhado sobre hábitos alimentares. Foi calculada a incidência2 de AVC utilizando a análise multivariada de Cox com ajustes para idade, sexo, estilo de vida e fatores dietéticos.
Durante 10 anos de acompanhamento, 233 novos casos de acidente vascular cerebral1 foram documentados.
As frutas e os vegetais foram classificados em quatro grupos de cores:
  • Grupo 1: verde
  • Grupo 2: laranja e amarelo.
  • Grupo 3: vermelho e roxo.
  • Grupo 4: branco.
A média de consumo para cada grupo foi, respectivamente, de: 62g/dia; 87g/dia; 57g/dia e 118g/dia.
Os grupos 1, 2 e 3 não estavam relacionados com a incidência2 de acidente vascular cerebral1. Já o grupo de frutas e vegetais com a parte comestível na cor branca foi inversamente associado com a incidência2 de acidente vascular cerebral1. Cada aumento de 25 gramas/dia no consumo de frutas e vegetais brancos foi associado a um risco 9% menor de acidente vascular cerebral1. Maçãs e peras foram as frutas mais consumidas (55%).
Concluiu-se que a alta ingestão de frutas e vegetais brancos pode proteger contra o derrame5 cerebral ou AVC. Novos estudos são necessários para afirmar se a cor dos alimentos pode ser usada para determinar quais os benefícios estes alimentos podem ter para a saúde.

Fonte: Stroke – publicação online de 15 de setembro de 2011

8 de set. de 2011

Lorcaserin: novo medicamento para emagrecimento mostra sucesso em ensaio clínico, segundo artigo do Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism

 
Lorcaserin: novo medicamento para emagrecimento mostra sucesso em ensaio clínico, segundo artigo do Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism
O ensaio clínico randomizado, conhecido como BLOSSOM Trial, publicado pelo Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, mostrou que o lorcaserin – um novo medicamento para ajudar na perda de peso de adultos obesos e com sobrepeso1, pode vir a ser uma nova opção para pacientes2 que precisam emagrecer.
O lorcaserin é um agonista seletivo do receptor 2C da serotonina. O novo medicamento foi estudado em ensaio clínico randomizado, controlado por placebo, duplo-cego, incluindo 4.008 pacientes, com idades entre 18 e 65 anos, com índice de massa corporal3 entre 30 e 45 kg/m² ou entre 27 e 29,9 kg/m² e com uma patologia associada à obesidade4.
Os pacientes obtiveram orientações dietéticas e sobre atividades físicas e foram divididos em três grupos que receberam:
  • 10 mg de lorcaserin duas vezes ao dia.
  • 10 mg de lorcaserin uma vez ao dia.
  • Placebo.
Ecocardiogramas monitoraram as funções das válvulas cardíacas.
Os resultados mostraram que mais pacientes tratados com lorcaserin, duas vezes ao dia ou uma vez ao dia, perderam pelo menos 5% do seu peso corporal (47,2% e 40,2% respectivamente) comparados aos que usaram placebo (25%). Uma perda de peso de pelo menos 10% do peso corporal foi alcançada por 22,6% e 17,4% dos pacientes recebendo 10 mg de lorcaserin duas ou uma vez ao dia, respectivamente, e por 9,7% daqueles em uso de placebo. Cefaleia, náuseas5 e tonturas6 foram os principais efeitos colaterais. O U.S. Food and Drug Administration (FDA) definiu que as valvulopatias documentadas ao ecocardiograma7 ocorreram em 2% dos pacientes recebendo lorcaserin duas vezes ao dia e em 2% daqueles que receberam placebo.
O presente estudo mostra que o lorcaserin, administrado em conjunto com modificações no estilo de vida, está associado à perda de peso dose dependente.
Ainda não se sabe se o medicamento será aprovado para a comercialização.

Fonte: The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism

NEWS.MED.BR, 2011. Lorcaserin: novo medicamento para emagrecimento mostra sucesso em ensaio clínico, segundo artigo do Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. Disponível em: <http://www.news.med.br/p/pharma-news/233480/lorcaserin+novo+medicamento+para+em.htm>. Acesso em: 8 set. 2011.

Liraglutide e emagrecimento em pacientes não diabéticos

 
Desde a publicação sobre o medicamento Liraglutide (Victoza) no início dessa semana,na revista Veja, inúmeros pacientes tem solicitado a precrição de tal medicamento "milagroso" para emagrecer.

Essa medicação ainda NÃO está liberada nem pela Anvisa e nem pelo próprio laboratório fabricante (Novo Nordisk)  para o uso em pacientes com obesidade isolada; APENAS para pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo 2.  
 
Já existem trabalhos publicados em obesos não diabéticos com excelentes resultados na perda de peso (como o que segue abaixo), e aguardamos a liberação do mesmo para tal utilização, em associação, obviamente, às mudanças de estilo de vida, dietoterapia e atividade física (que são a base do tratamento da obesidade)!!! 


O estudo randomizado, duplo-cego, controlado por placebo pesquisou os efeitos do liraglutide sobre a perda de peso corporal e a tolerabilidade do medicamento nos indivíduos obesos sem diabetes tipo 2.
Foi realizado um seguimento de 20 semanas, com a participação de 564 indivíduos (18-25 anos de idade, índice de massa corporal 30-40 kg/m²) os quais receberam de uma a quatro doses de liraglutide (1,2mg; 1,8mg;  2,4mg; 3,0mg) ou placebo (n=98), administradas uma vez ao dia por via oral, ou orlistat (120 mg, n=95), administrado 3 vezes ao dia por via oral. Todos os participantes reduziram 500 calorias na sua ingestão diária de energia e aumentaram a atividade física ao longo da pesquisa.
Como resultados, os participantes em uso de liraglutide obtiveram a maior perda de peso, comparados àqueles em uso de placebo ou orlistat. A perda média de peso foi de 4,8kg; 5,5kg; 6,3kg ou 7,2kg com as doses de 1,2; 1,8; 2,4 ou 3,0mg de liraglutide, respectivamente. Com orlistat a média de perda de peso foi de 4,1kg. Com o placebo, 2,8kg. O liraglutide também reduziu a pressão arterial (com todas as doses usadas) e a prevalência de pré-diabetes.
Náuseas e vômitos foram os principais efeitos colaterais, mais frequentes naqueles que usaram liraglutide, mas foram transitórios e raramente associaram-se à descontinuação do tratamento.
O liraglutide mostrou reduzir o peso corporal de maneira significativa, melhorar certos fatores de risco relacionados à obesidade e reduzir o pré-diabetes.

Fonte: The Lancet de 23 de outubro de 2009 – publicação online
NEWS.MED.BR, 2011. Liraglutide pode ajudar obesos a perderem peso, segundo pesquisa publicada no The Lancet. Disponível em: <http://www.news.med.br/p/pharma-news/51363/liraglutide+pode+ajudar+obesos+a+pe.htm>. Acesso em: 27 ago. 2011.
 
 

24 de ago. de 2011

Endocrinológico: Mais sobre Endocrinologia: Mitos e Verdades sobre o Distúrbios da Tireóide

Endocrinológico: Mais sobre Endocrinologia: Mitos e Verdades sobre o Distúrbios da Tireóide: Existem muitas dúvidas dos pacientes, relacionadas a distúrbios da tireoide, como o hipotireoidismo, nódulos, perda de peso, etc. Para escla...

Mitos e Verdades sobre o Distúrbios da Tireóide

Existem muitas dúvidas dos pacientes, relacionadas a distúrbios da tireoide, como o hipotireoidismo, nódulos, perda de peso, etc. Para esclarecer o que é mito e o que é realidade, a Dra. Laura Ward, presidente do Departamento de Tireoide da SBEM (2011/2012), listou várias questões e os esclarecimentos.
  • (1)   Hipotireoidismo engorda.
Mito: Embora o ganho de peso seja uma das manifestações clínicas do hipotireoidismo, existem muitos pacientes portadores da disfunção da tireoide que não apresentam esta queixa. Quando ocorre, o ganho de peso é pequeno, de cerca de 2Kg e o tratamento reverte totalmente este efeito do hipotireoidismo.
  • (2)   Hipotireoidismo causa depressão.
Verdade: Metade dos pacientes com hipotireoidismo apresentam sintomas depressivos e até mesmo depressão e um terço dos pacientes com depressão têm hipotireoidismo. Os hormônios tireoidianos agem nos sistemas noradrenérgico e serotoninérgico que são importantes para o humor, assim como em várias áreas do cérebro, sendo importante para memória, raciocínio, libido, sono-vigília entre outros. Portanto pacientes com hipotireoidismo devem ser avaliados quanto à alteração de humor e pacientes com depressão devem ter a função tireoidiana avaliada.
  • (3)   Hipotireoidismo faz perder cabelos.
Verdade: Tanto o hipotireoidismo quanto o hipertireoidismo podem ser causas de queda de cabelo. Estas alterações da tireoide podem ser diagnosticadas através de exames laboratoriais. O tratamento correto das doenças da tireoide pode corrigir a perda capilar.
  • (4)    Hipotireoidismo atrasa o metabolismo.
Verdade: Pessoas com hipotireoidismo sofrem a redução da sua atividade metabólica.   Sendo assim, o organismo gasta menos energia, além de reter mais sal e água, provocando o inchaço.
  • (5)    Hipotireoidismo não afeta a qualidade de vida.
Mito: Se não tratado ou tratado de forma inadequada o hipotireoidismo vai alterar de forma importante a qualidade de vida, pois causa infertilidade, cansaço, sonolência, alterações humor e memória e ganho de peso o que com certeza prejudica o desempenho no trabalho, no lazer e atividade intelectual.
  • (6)    Todo nódulo de tireoide é câncer.
Mito: O principal sinal do câncer de tireoide é um caroço (nódulo) na tireoide, porém em boa parte dos casos, esse tumor não apresenta qualquer sintoma. É comum o médico descobrir o nódulo durante um exame físico de rotina. O diagnóstico do câncer de tireoide é feito com uma biópsia do nódulo de tireoide ou após sua remoção por cirurgia. Mas a maioria dos nódulos é benigna.
Estima-se que 60% da população brasileira tenham nódulos na tireoide em algum momento da vida, sendo que a maioria dos nódulos é benigna.
  • (7)    Hipotireoidismo só surge em mulheres.
Mito: O hipotireoidismo atinge pessoas de ambos os sexos e de todas as idades. Porém, certos grupos são mais vulneráveis:
- Mulheres, especialmente acima dos 40 anos.
- Pacientes em radioterapia de cabeça e pescoço.
- Pessoas que já tiveram problemas de tireoide.
- Usuários de lítio ou amiodarona.
- Homens acima dos 65 anos.
- Pessoas com histórico familiar de doença autoimune.
  •  (8)    Hipotireoidismo causa impotência sexual.
Verdade: A doença pode causar diminuição da libido, impotência e diminuição na quantidade de espermatozoides.
  • (9)    Só idosos desenvolvem hipotireoidismo.
Mito: Apesar de ser mais comum em pessoas acima de 40 anos, o hipotireoidismo pode ocorrer em todas as fases da vida. Crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos de todas as raças e gêneros podem ter a doença. 

  • (10) Eu posso controlar o hipotireoidismo com alimentação.
Mito: Pacientes com hipotireoidismo podem se beneficiar de uma dieta mais específica para a redução de sintomas comuns à doença como inchaço, fadiga, enfraquecimento de unhas e cabelos, ao mesmo tempo em que ajuda na redução ou manutenção do peso. Porém, nenhum alimento, suplemento alimentar nem qualquer fórmula é capaz de substituir o tratamento clínico da doença.
  • (11) Alimentação ajuda na redução dos sintomas do hipotireoidismo.
Verdade: Existem alimentos e nutrientes que podem contribuir para uma melhor qualidade de vida para os pacientes de hipotireoidismo e também alguns que devem ser evitados. O consumo excessivo de sal, por exemplo, pode ser nocivo porque o sal de cozinha é iodado por força de lei com o intuito de prevenir o déficit de iodo. O excesso de sal pode prejudicar a tireoide. Uma dieta saudável para pacientes com hipotireoidismo inclui grãos integrais, alimentos naturais, castanhas, abundância de frutas e vegetais e uma boa oferta de proteínas magras. Importante lembrar que, no hipotireoidismo, a boa alimentação deve ser sempre associada ao tratamento clínico.

  • (12)Todo mundo que tem hipotireoidismo, tem um “papo” no pescoço.
Mito: Existem algumas formas (causas) de hipotireoidismo e nem todas apresentam o bócio (“papo”). Além disso, em geral, os outros sintomas da doença normalmente levam o paciente a procurar ajuda médica antes que a doença progrida até este ponto.

  • (13) Mulheres com hipotireoidismo não podem engravidar.
Mito: Doenças da tireoide não tratadas podem levar a problemas de fertilidade em ambos os sexos.  As pacientes que apresentam deficiência grave da tireoide, de duração prolongada, têm menor chance de engravidar ou, quando concebem, de manter a gravidez. Estudos mostram que 2,3% das mulheres com mais de um ano de infertilidade têm hipotireoidismo. Já 69% das pacientes têm disfunção ovulatória. Mas observa-se que 64% engravidam após receberem o controle adequado¹. Caso a mulher já tenha sido diagnosticada com hipotireoidismo e venha controlando a doença, as chances de engravidar e ter uma gestação saudável são iguais as de uma mulher que não tenha a doença.
  •  (14) Hipotireoidismo causa retardo mental
Verdade: O hormônio da tireoide é fundamental para o desenvolvimento do cérebro do bebê. As crianças que nascem com hipotireoidismo congênito (sem função tireoidiana ao nascer) podem ter sérias sequelas cognitivas, neurológicas e de desenvolvimento, caso o problema não seja identificado e controlado precocemente.

  • (15) Hipotireoidismo pode ser detectado pelo Teste do Pezinho
Verdade: Retira-se uma gota de sangue do pé do bebê no terceiro dia de vida. O exame ajuda a verificar se a tireoide do bebê está funcionando bem, além de atestar a ocorrência de outras doenças. Se o hipotireoidismo congênito for controlado de forma adequada e precocemente, a criança leva uma vida normal. 

  • (16) Tomar hormônio tireoidiano é bom para emagrecer
Mito: só emagrece quem faz uso do medicamento sem ter hipotireoidismo. Além disso, ser absolutamente contra-indicado, primeiro a pessoa perde calorias derivadas dos músculos e só depois é que são consumidas as reservas de gordura. Isso significa que antes de eliminar a barriga, há uma redução da musculatura, o que leva à perda da força e à flacidez. Pior ainda é que o excesso de hormônios acelera a reabsorção do cálcio do osso, o que leva ao enfraquecimento do esqueleto, além de arritmias que podem ser até fatais.

  • (17) Todo nódulo na tireoide precisa ser operado
Mito: A maior parte dessas alterações é benigna, logo, não precisam ser removidas. Porém, caso o médico suspeite de um câncer, a cirurgia pode ser indicada.

  • (18) Hipotireoidismo reduz o desempenho físico.
Verdade: Devido à redução do metabolismo, quem sofre com o distúrbio da tireoide ‘funciona’ mais lentamente. Com isso, tanto as atividades físicas, especialmente em atletas profissionais, quanto o desempenho sexual e intelectual ficam comprometidos. Daí a dificuldade para trocar a caminhada pela corrida, por exemplo, e raciocinar ou tomar decisões mais rapidamente. A boa notícia é que a reposição hormonal reverte todos esses sintomas.

  • (19) Hipotireoidismo é muito perigoso durante a gestação.
Verdade: Para uma gravidez tranquila é essencial que a glândula funcione direito, especialmente nas 12 primeiras semanas, período em que alguns hormônios da futura mãe diminuem e outros passam a ser fabricados, a placenta começa a se formar e o bebê desenvolve seus principais órgãos. "Por outro lado, a falta de cuidado com o hipotireoidismo pode causar parto prematuro, defeitos neurológicos, QI abaixo do normal, surdez e até aborto”, diz Laura Sterian Ward. 

  • (20)É importante fazer ultrassom uma vez por ano para ter o diagnóstico de câncer de tireoide.
Mito: O exame é bastante sensível e, por isso, acaba rastreando até mesmo os nódulos que não são malignos e, com isso, pode levar a preocupações desnecessáriasO melhor teste para diagnosticar disfunções tireoidianas é a dosagem de TSH, feita a partir do sangue e que deve ser colhido pela manhã.

fonte: http://www.tireoide.org.br/mitos-e-verdades-sobre-o-disturbios-da-tireoide/ 

23 de ago. de 2011

Interposição do Íleo

 

O Conselho Federal de Medicina não aprovou a cirurgia de redução de estômago com interposição de íleo, técnica feita no apresentador da Rede Globo, Fausto Silva, e que pomete, além do emagrecimento, a cura do diabetes. Segundo o CFM, a cirurgia, antes de ser autorizada, ainda precisa de mais estudos e pesquisas que comprovem sua eficácia e sua segurança para os pacientes.

A técnica foi criada pelo médico Áureo Ludovico de Paula e é feita com o grampeamento para redução do estômago, e um reposicionamento do íleo, área que controla a produção da insulina. A ideia é que este reposicionamento do íleo aumente a produção de insulina.

Confira a íntegra da nota abaixo:

ESCLARECIMENTO À SOCIEDADE

O Conselho Federal de Medicina (CFM) informa que seu plenário – reunido em 14 de julho – deliberou aguardar o desenvolvimento e a apresentação de novos estudos e pesquisas que justifiquem alterações na Resolução CFM 1942/2010, que estabelece normas seguras para o tratamento cirúrgico da obesidade mórbida, definindo indicações, procedimentos e equipe.  Ou seja, a regra atual continua a valer e não sofreu alterações.

Na avaliação da entidade, técnicas recentes – como a gastrectomia vertical com interposição de íleo - ainda precisam de mais estudos e pesquisas que comprovem sua eficácia e sua segurança para os pacientes para serem autorizadas.

A Câmara Técnica de Cirurgia Bariátrica, criada pelo CFM especialmente para analisar os trabalhos desenvolvidos na área, continuará ativa. O grupo avaliará estudos e pesquisas, sendo que se os resultados indicarem eficácia e segurança de técnicas analisadas, o debate poderá ser reaberto de forma a oferecer ao brasileiro novas opções terapêuticas.

Conselho Federal de Medicina

FONTE: http://www.sbem.org.br/interposicao-do-ileo-cirurgia-bariatrica/

22 de ago. de 2011

Colesterol

Muito se fala sobre o colesterol, mas será que todos sabem o que ele significa?

Com aparência e textura de uma cera macia, o colesterol é um composto químico da família do álcool, essencial à vida. Sintetizado pelo fígado no que se refere à maior parte que o organismo necessita, seu restante é adquirido através dos alimentos ingeridos. Tanto as taxas de colesterol muito altas quanto as muito baixas são perigosas à saúde.

Por ser solúvel apenas em gorduras, o colesterol tem de ser transportado pelo sangue através das seguintes lipoproteínas: VLDL (também conhecidas como triglicérides), LDL (mau colesterol) e HDL (bom colesterol). O fígado acondiciona os triglicérides na forma de VLDL e os despacha, pela corrente sanguínea para as células, juntamente com menores quantidades de colesterol e proteínas.

É então que as células armazenam e utilizam essa quantidade de gorduras como "combustível". Assim, o VLDL, sem as gorduras, passa a ser denominado como LDL, já que é composto basicamente de colesterol e proteínas. Seu excesso no organismo, acaba fixando-se nas paredes das artérias, entupindo-as e propiciando os ataques cardíacos ou infartos.

Por sua vez, o HDL faz o papel contrário, extraindo o colesterol das paredes das artérias, devolvendo-o ao fígado para ser excretado. O fumo baixa os níveis de HDL, enquanto o exercício físico aumenta.

O Controle

Os alimentos ingeridos são de extrema importância para o controle dos níveis da LDL e HDL. As gorduras são classificadas em três categorias: poliinsaturadas, monoinsaturadas e saturadas.

As poliinsaturadas, encontradas principalmente em óleos vegetais líquidos, como os de girassol, milho e soja, baixam os níveis de LDL, mas não na mesma proporção em que as gorduras saturadas aumentam esse índice. Por isso, um indivíduo não pode contrabalançar os problemas causados pelas gorduras saturadas, simplesmente aumentando o consumo de poliinsaturadas.

Outro fato que merece ser destacado é que as dietas ricas em gorduras pollinsaturadas tendem a baixar um pouco os níveis de HDL, podendo, ainda, diminuir a imunidade do organismo. Já as gorduras moninsaturadas, presentes na azeitona, no amendoim e seus respectivos óleos, e no abacate, ao substituírem as saturadas, fazem baixar o LDL, sem diminuir o HDL, e parecem não afetar a imunidade.

Como Mudar para Melhor

Para ter melhor saúde cardíaca, deve-se ingerir menos gorduras, especialmente as saturadas, presentes nas carnes vermelhas, na gema de ovo, em miúdos de fígado, miolo, coração, rins, etc., na pele de galinha, na banha, no bacon, na manteiga e nas frituras em geral, e comer mais fibras solúveis, encontradas na aveia, nos flocos de milho, ameixas, em várias frutas e verduras, que contribuem para reduzir o colesterol no sangue.

Vale lembrar que a carne branca é preferível à escura e que, o peru assado, é melhor do que o frango assado. Além disso, de todas as carnes, os peixes magros têm menores índices de gorduras saturadas e os mais altos de poliinsaturadas. Quanto aos laticínios, os integrais devem ser trocados pelos sem gorduras ou com poucas gorduras, se o objetivo é diminuir o consumo de gorduras saturadas.

Fonte: http://www.sbem.org.br/colesterol/
* consultoria Dr. Ruy Lyra, consultor do site da SBEM

20 de ago. de 2011

The Lancet: 15 minutos de atividade física moderada ao dia ou 90 minutos por semana podem aumentar a expectativa de vida em até 3 anos

 
The Lancet: 15 minutos de atividade física moderada ao dia ou 90 minutos por semana podem aumentar a expectativa de vida em até 3 anos
Estudo prospectivo de coorte1 publicado no The Lancet concluiu que 15 minutos de atividade física de intensidade moderada ao dia ou 90 minutos por semana já trazem benefícios para o aumento da expectativa de vida, mesmo para os indivíduos em risco de doença cardiovascular.
Os benefícios da atividade física para a saúde já são bem conhecidos, mas ainda não se sabe se fazer menos exercícios do que o recomendado (150 minutos por semana) pode trazer benefícios para o aumento da expectativa de vida.
Neste estudo de coorte2 prospectivo, 416.175 indivíduos de uma população de Taiwan (199.265 homens e 216.910 mulheres) participaram da avaliação, entre 1996 e 2008, com uma média de seguimento de 8 anos. Com base na quantidade de exercício semanal indicado em um questionário auto-administrado, os participantes foram agrupados em uma das cinco categorias: inativos ou com nível de atividade física baixo, médio, alto ou muito alto. Os riscos de mortalidade3 para cada grupo foram calculados e comparados ao grupo dos inativos. Também foi calculada a expectativa de vida para cada grupo.
Comparados aos indivíduos do grupo inativo, aqueles no grupo de nível baixo de atividades físicas, os quais se exercitaram em média 92 minutos por semana ou 15 minutos por dia, tiveram 14% de redução de risco para todas as causas de mortalidade3 e uma expectativa de vida de três anos a mais. A cada 15 minutos adicionais de exercício diário, além da quantidade mínima de 15 minutos por dia, a redução da mortalidade3 era de 4% e, em relação ao risco de mortalidade3 para todos os cânceres, era de 1%. Esses benefícios eram aplicáveis a todas as faixas etárias, para ambos os sexos e para aqueles com riscos de desenvolverem doenças cardiovasculares4. Indivíduos inativos tiveram 17% de aumento no risco de mortalidade3 em comparação com indivíduos no grupo de nível baixo.
Concluiu-se que 15 minutos ao dia ou 90 minutos por semana de exercícios de intensidade moderada já podem ser benéficos, mesmo para os indivíduos em risco de doença cardiovascular.

Fonte: The Lancet

NEWS.MED.BR, 2011. The Lancet: 15 minutos de atividade física moderada ao dia ou 90 minutos por semana podem aumentar a expectativa de vida em até 3 anos. Disponível em: <http://www.news.med.br/p/medical-journal/229960/the+lancet+15+minutos+de+atividade.htm>.

10 Coisas que Você Precisa Saber sobre Crescimento e GH

 

Muitos fatores contribuem para que uma pessoa tenha problemas de crescimento, desde a herança genética até alterações na produção hormonal. Nesta edição do “10 Coisas que Você Precisa Saber sobre”, você confere as principais informações sobre o problemas de crescimento, seus sintomas e tratamento.

1 - GH é o hormônio do crescimento. Ele existe em todas as pessoas normais e é produzido pela glândula hipófise, situada na base do crânio. É importante para o crescimento desde os primeiros anos de vida até o fechamento das cartilagens dos ossos (epífises), o que ocorre no final da puberdade, em geral, entre 15 e 20 anos de idade.

2 - A média de crescimento de uma criança é de mais de 4 cm por ano. Na puberdade, porém, esse valor sobre para 12 cm ou 13 cm a cada ano. Quando o crescimento é menor que 4 cm, ou 6 cm na fase da puberdade, o ideal é que um especialista seja consultado. Quanto mais cedo os pais ou responsáveis descobrirem que a criança não está com a estatura média dos amiguinhos da mesma idade, será mais fácil para evitar problemas como o nanismo.

3 - O nanismo é a doença que se caracteriza pela baixa estatura e pelo pouco desenvolvimento dos ossos e cartilagens. Ela se manifesta principalmente a partir dos 2 anos de idade, impedindo o crescimento e desenvolvimento saudável da pessoa durante a adolescência (período em que o crescimento sofre uma aceleração), produzindo adultos com estatura fora do padrão médio da população brasileira.

4 - Quando o corpo humano produz o GH em excesso, pode provocar uma doença conhecida como gigantismo. É um quadro de crescimento desordenado, principalmente nos braços e nas pernas, sendo acompanhado de crescimento correspondente na estatura. Pode surgir ainda na infância, antes da finalização do processo de calcificação, ou durante a puberdade, quando falhas genéticas impedem a calcificação normal desta fase.

5 - A deficiência de GH possui várias origens, mas a mais comum são os traumas durante o parto. No momento do nascimento, se o bebê está com a cabeça voltada para dentro, de modo a sair por último do útero, no momento em que o médico puxa, pode haver uma ruptura da haste hipofisária, uma estrutura que liga a hipófise (glândula que produz o GH). Nesses casos, pode haver deficiência de produção do hormônio do crescimento.

6 - Uma das formas de se identificar problemas no crescimento é observar quando as roupas e sapatos de uma criança estão ficando apertados ou quando ela se torna a mais baixinha da turma da escola. Esses são índices importantes que devem estimular os pais a procurar um médico endocrinologista. Existem, porém, outros fatores que indicam problemas de crescimento: testa muito proeminente, nariz em sela (muito curvo), acúmulo de grande quantidade de gordura na região da barriga. Nesses casos, o melhor a fazer é procurar um profissional da Endocrinologia.

7 - Toda população tem uma estatura média, que é considerada padrão. A preocupação com o crescimento deve surgir quando a pessoa está abaixo dessa média, o que é chamado de desvio padrão. Porém, deve-se verificar se essa baixa estatura não é apenas de origem genética (os pais podem ser baixos).

8 -A pessoa cresce, em geral, até fechar a cartilagem do osso, o que acontece por volta dos 18 anos. Mas há variações em função, principalmente, do começo precoce ou tardio da puberdade. Depois que as cartilagens dos ossos longos se fecham, não há mais chances de crescer. Não adianta um adulto tomar o hormônio do crescimento. Nesse caso, além de não fazer crescer, ele pode estimular o aparecimento de tumores, e produzir a acromegalia, doença caracterizada pelo crescimento exagerado do nariz, queixo e orelhas.

9 - Em adultos com deficiência de GH, a sua reposição do hormônio do crescimento provoca aumento da capacidade física, diminuição do peso corporal, redistribuição da gordura abdominal, aumento da massa muscular, melhora do humor e do desempenho intelectual, entre outros efeitos. Porém, por causa desses benefícios, algumas pessoas o utilizam em situações como a obesidade severa e, principalmente, no sentido de reduzir o processo de envelhecimento e para a melhoria do condicionamento físico. Estes usos, porém, são contraindicados. No esporte em geral, a sua utilização é considerada ilícita, estando incluída entre as substâncias proibidas pelo Comitê Olímpico Internacional.

10 - O tratamento de problemas de crescimento é feito da seguinte forma: o endocrinologista, em primeiro lugar, atuará investigando as causas da doença através de vários exames de sangue e radiológicos. Caso esses exames apontem uma deficiência no crescimento, o endocrinologista tratará através da reposição do GH. Tomar hormônio ou qualquer substância, só com orientação médica.

Fonte: http://www.sbem.org.br/10-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-crescimento-e-gh/

19 de ago. de 2011

Neuropatia Diabética

O sistema nervoso é responsável pelo controle de praticamente tudo o que fazemos. Quando movimentamos os músculos, respiramos, pensamos ou digerimos a comida, os nervos são utilizados como circuitos elétricos orgânicos. São eles que emitem e recebem os sinais no cérebro, que comunicam às outras células as tarefas que devem ser realizadas.

Com a Neuropatia, os nervos podem ficar incapazes de emitir as mensagens, emití-las na hora errada ou muito lentamente. Os sintomas irão depender e variar conforme o tipo de complicação e quais os nervos afetados. De forma geral, podemos classificar os sintomas em sensitivos, motores e autonômicos. Exemplos:
  1. Sensitivos: formigamento, dormência ou queimação das pernas, pés e mãos. Dores locais e desequilíbrio;
  2. Motores: estado de fraqueza e atrofia muscular;
  3. Autonômicos: ocorrência de pele seca, traumatismo dos pêlos, pressão baixa, distúrbios digestivos, excesso de transpiração e impotência.
Infelizmente, o diabetes é a principal causa de Neuropatia. Sua incidência é alta e possui diferentes formas clínicas, tais como:
  • Polineuropatia distal: uma das formas mais comuns de Neuropatia, que acomete preferencialmente os nervos mais longos, localizados nas pernas e nos pés, causando dores, formigamento ou queimação nas pernas. Tende a ser pior à noite (período onde prestamos mais atenção aos sintomas);
  • Neuropatia autonômica: causa principalmente hipotensão postural, como a queda da pressão arterial ao levantar-se (tonturas) e impotência sexual. Outros sintomas incluem sensação de estômago repleto após as refeições, distúrbios de transpiração e outros mais raros;
  • Neuropatia focal: esta é uma condição rara decorrente de danos a um único nervo ou grupo de nervos. Desenvolve-se quando o suprimento de sangue é interrompido devido ao entupimento do vaso que supre aquele nervo. Ou pode ser conseqüência de uma compressão do nervo.
Não é raro que as pessoas apresentem mais de um tipo de neuropatia. A presença desta complicação está muito relacionada ao tempo de duração do diabetes e ao grau de controle glicêmico. Por isso é bom lembrar, mais uma vez, a enorme importância de manter um bom controle da glicemia.

Tratamento
No caso das mononeuropatias podem ser empregadas medidas fisiátricas (fisioterapia) para evitar a compressão dos nervos ou realizar uma descompressão cirúrgica. O controle rigoroso da glicemia é essencial para prevenir o aparecimento ou a piora da neuropatia diabética.
No caso da polineuropatia distal nenhum medicamento, até o momento, é comprovadamente eficaz para a cura, havendo, no entanto, medicações que podem aliviar os sintomas (como a dor e o formigamento). Também é importante prevenir lesões nos pés ou quedas.

Fonte: site da SBD - http://www.diabetes.org.br/
Consultoria do Dr. Saulo Cavalcanti, Coodenador do Departamento de Complicações Crônicas da Sociedade Brasileira de Diabetes.

17 de ago. de 2011

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA É CONTRA PROIBIÇÃO DE EMAGRECEDORES

O CFM (Conselho Federal de Medicina) divulgou uma nota pública na quinta-feira (11) onde lista suas considerações contra uma possível decisão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de suspender o comércio de inibidores de apetite no país.

O anúncio da decisão deve ser feito no fim deste mês, segundo a Anvisa.

O documento do CFM foi enviado ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, aos presidentes do Senado e da Câmara e a outras autoridades.

No texto, entre os alertas, o CFM diz que a Vigilância Sanitária desconsidera seus argumentos. Leia a nota na íntegra:

"Tendo em vista a possível proibição do comércio da sibutramina e de outros três inibidores de apetite (anfepramona, femproporex e mazindol), medida defendida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e crescente epidemia de obesidade que assola o país (o IBGE aponta que 12,5% dos homens e 16,9% das mulheres apresentam este quadro), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e os 27 Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) manifestam publicamente seu posicionamento pelos seguintes motivos:

1. A interdição da venda dessas substâncias representa uma interferência direta na autonomia de médicos e de pacientes na escolha de métodos terapêuticos reconhecidos cientificamente para tratar problemas graves de obesidade;

2. Os médicos têm o direito de - dentro de práticas reconhecidas e segundo a legislação vigente - prescrever o tratamento adequado, em acordo com seu paciente, sendo o uso de medicação específica uma possibilidade;

3. A confirmação dessa medida pode contribuir para o agravamento de quadros de saúde de pacientes com dificuldade de reduzir o peso corporal apenas com adoção de dietas e da prática de exercícios, abordagens importantes, mas nem sempre suficientes;

4. A impossibilidade de uso dessas substâncias pode ainda agravar doenças já diagnosticadas e aumentar o risco de aparecimento de outras, que, em casos extremos, podem causar a morte de milhares de brasileiros que lutam contra o peso acima dos padrões da normalidade;

5. As entidades médicas participaram ativamente de reuniões e debates na Anvisa onde expuseram seus pontos de vista, no entanto seus argumentos têm sido desconsiderados, o que pode redundar em medidas unilaterais e autoritárias, como suspender o uso de inibidores.

6. Tal ato pode, inclusive, provocar outros problemas para a sociedade, entre os quais o nascimento de mercados paralelos para suprir a demanda de pacientes, expondo-os aos riscos do consumo de fármacos sem supervisão médica e aos avanços do tráfico de drogas;

7. Importantes estudos internacionais comprovam a eficácia dos inibidores de apetite, sendo atestado que seu uso resulta em maiores benefícios que riscos para pacientes;

8. Em lugar de apenas proibir a venda desses produtos, o CFM, os CRMs e outras entidades médicas já propuseram à Anvisa a definição de critérios rigorosos para controle do seu comércio, como já ocorre com outras substâncias.

O CFM e os CRMs continuam abertos ao diálogo e se colocam à disposição para ajudar no preparo de campanhas do governo que orientem profissionais e pacientes sobre o uso racional desses produtos, sem a necessidade de proibir sua comercialização no país. Contudo, as entidades médicas ressaltam que recorrerão à Justiça, se for preciso, para preservar a autonomia dos médicos e proteger a saúde dos brasileiros."

Fonte: site da SBD

TIREÓIDE

A tireóide ou tiróide é uma glândula em forma de borboleta (com dois lobos), que fica localizada na parte anterior pescoço, logo abaixo da região conhecida como Pomo de Adão (ou popularmente, gogó). É uma das maiores glândulas do corpo humano e tem um peso aproximado de 15 a 25 gramas (no adulto).
Ela age na função de órgãos importantes como o coração, cérebro, fígado e rins. Interfere, também, no crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes; na regulação dos ciclos menstruais; na fertilidade; no peso; na memória; na concentração; no humor; e no controle emocional. É fundamental estar em perfeito estado de funcionamento para garantir o equilíbrio e a harmonia do organismo.

Comparada a outros órgãos do corpo humano é relativamente pequena ela. É responsável pela produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), que atuam em todos os sistemas do nosso organismo.

Quando a tireoide não está funcionando adequadamente pode liberar hormônios em excesso (hipertiroidismo) ou em quantidade insuficiente (hipotireoidismo).
Hipotireoidismo
Se a produção de “combustível” é insuficiente provoca hipotireoidismo. Tudo começa a funcionar mais lentamente no corpo: o coração bate mais devagar, o intestino prende e o crescimento pode ficar comprometido. Ocorrem, também, diminuição da capacidade de memória; cansaço excessivo; dores musculares e articulares; sonolência; pele seca; ganho de peso; aumento nos níveis de colesterol no sangue; e até depressão. Na verdade, o organismo nesta situação tenta "parar o indivíduo", já que não há “combustível” para ser gasto.
Hipertireoidismo
Se há produção de “combustível” em excesso acontece o contrário, o hipertiroidismo. Nesse caso, tudo no nosso corpo começa a funcionar rápido demais: o coração dispara; o intestino solta; a pessoa fica agitada; fala demais; gesticula muito; dorme pouco, pois se sente com muita energia, mas também muito cansada.

Tanto no hipo como no hipertireoidismo, pode ocorrer um aumento no volume da tireoide, que chama-se bócio, e que pode ser detectado, através do exame físico. Problemas na tireoide podem aparecer em qualquer fase da vida, do recém-nascido ao idoso, em homens e em mulheres.

Diagnosticar as doenças da tireoide não é complicado e o tratamento pode salvar a vida da pessoa.

Nódulos de Tireoide

Um dos problemas mais frequentes da tireoide são os nódulos, que não apresentam sintomas. Estima-se que 60% da população brasileira tenha nódulos na tireoide em algum momento da vida. O que não significa que sejam malígnos. Apenas 5% dos nódulos são cancerosos. O reconhecimento deste nódulo precocemente pode salvar a vida da pessoa e a palpação da tireoide é fundamental para isso. Este exame é simples, fácil de ser feito e pode mudar a história de uma pessoa. Uma vez identificado o nódulo, o endocrinologista solicitará uma série de exames complementares para confirmar a presença ou não do câncer.

Fonte: http://www.endocrino.org.br/tireoide/